Momento de reflexão neste blog, Palestrinos.
Ontem, conversando com um amigo alviverde, percebi uma coisa que nunca havia me passado tão dura e claramente pela cabeça. Sendo frio e calculista, cheguei a conclusão de que, do jeito que vamos e estamos, o futuro do Palmeiras tende a ser de puro fracasso. É duro, eu sei, mas é a realidade – por mais difícil que seja admitir uma coisa dessas.
Acompanhem meu raciocínio…
DIRETORIA HISTORICAMENTE FRACA
A culpa pelo momento que vivemos não é desta diretoria ou da penúltima: é de todas. Sim, eu sei que parece óbvio, mas atente para uma coisa quando eu digo todas… são todas mesmo! Exceto pelos períodos que envolvem a nostra fundação (feita amadorísticamente por imigrantes italianos), os anos dourados das duas Academias e ao período Parmalat (administrado pela propria empresa), nós sempre passamos por dificuldades.
A briga interna sempre foi intensa, o ego sempre foi maior que os objetivos da equipe e, se é verdade que isso não é exclusividade nostra, também é verdade que nenhum outro clube sofre tanto com isso quanto a gente.
PERÍODOS BEM DEFINIDOS DE GLÓRIA
Peguem a nostra história de conquistas e atentem para os “ciclos de glória”. Temos a passagem de Palestra para Palmeiras, temos o período entre 60 e 70, com as duas Academias, e temos boa parte dos anos 90. O primeiro ciclo é facilmente explicado pela honra e força de vontade de quem jogava; o segundo é uma combinação de fatores incríveis como bons olheiros, diretoria e comissão técnica; já o terceiro foi o fator sorte: uma empresa gringa apareceu e despejou dinheiro no clube.
Ficar dez anos sem títulos não é um absurdo. Mas, para um time do nostro tamanho e com a nostra torcida, incomoda demais. Principalmente porque a perspectiva de melhora é nula.
SEM TÍTULOS, MENOS TORCIDA
Sim, eu sei que torcedor de verdade não apoia em função de títulos e que temos casos de torcidas que cresceram no período de seca (que é comum a todos os clubes de futebol). Agora, seja sincero: como você explicaria para uma criança de 6 anos que ela deve ser palmeirense, se tudo o que ela vê e lê são notícias de trapalhadas e ingerência, além de jogos fracos e times, no máximo, esforçados?
É isso que vemos há mais de uma década. E, a não ser que apareça um sheik disposto a comprar o time e contratar o Agüero, as coisas parecem fadadas ao insucesso.
SOLUÇÃO
Sinceramente, sei que não existe uma única solução. É preciso se organizar, balancear as finanças, fazer uma verdadeira limpa na diretoria composta, em sua maioria, por senhores retrógrados, ter uma comissão técnica bem definida e por aí vai. É difícil, complicado, passa por mudar estatuto, instituir voto direto e tudo o mais, mas não é impossível.
Basta querer revolucionar. E nós precisamos desesperadamente disso.
Só quem lê este blog sabe que eu sou extremamente otimista sempre. Só quem me conhece sabe o quanto eu amo o Palmeiras. E só quem é palmeirense de verdade sabe o quanto dói admitir tudo isso sem poder rebater o destino.
Siamo Palestra!
ROJAS.