Saiu hoje a 4ª Pesquisa LANCE! Ibope, Palestrinos.
O gráfico das maiores torcidas está aí em cima para vocês verem e os números não trazem muitas novidades: Framengo e Curintia no topo, Bâmbis e times interioranos (Ixpórt em destaque) em franco crescimento e grandes como Palmeiras, Vasco e Botafogo estagnados.
Realidade dura, mas, convenhamos, compatível com o que temos visto em campo na última década. O que deve ser relevado, na minha opinião, é que os números não explicam tudo.
Segundo o ranking de evolução de torcidas (abaixo), por exemplo, nos últimos seis anos (2004-2010) a turminha colorida do Morumbi foi quem mais arrebanhou torcedores, com o acréscimo de 3,5 milhões de pessoas. Enquanto isso, neste mesmo período, nós “perdemos” algo em torno de 200 mil.
Meu ponto é: torcedor de verdade não se perde. O torcedor que conta como torcedor mesmo – e que ama seu time – nunca vai mudar de camisa. Simples assim. E eu me nego a concordar que nós perdemos torcida, assim como duvido muito que o SPFW tenha ganho tantos adeptos.
O que acontece, claramente, é a adesão de “torcedores modinha”. Aqueles que aparecem somente com os títulos e sucesso das equipes. É óbvio que o tricampeonato brasileiro fez surgir “novos são-paulinos”, assim como os meninos do Santos fazem surgir novos santistas e o Brasileirão do ano passado ajudou a reforçar os flamenguistas.
Da mesma maneira, fica óbvio que o nostro Palestra “perde” torcedores quando deixa de ganhar taças. E é aí que a diretoria tem que se preocupar: com os resultados. Porque não existe bem maior para um clube do que sua própria torcida e, tratá-la baseada só na paixão, faz com que não ganhemos novos e fervorosos torcedores.
Sendo realistas, qual o incentivo de um garoto decidir pelo Verdão se, além da fase não ser boa, o time mal consegue ser notado? Se erra 90% das ações de marketing? Se não tem um sócio-torcedor minimamente decente? Se troca de treinador a cada 3 meses?
Claro que repatriar Felipão, Kléber e Valdívia é muito válido. Claro que construir a arena mais moderna do país ajuda demais. Mas ainda falta um olhar mais abrangente para estes 12 milhões de Palestrinos e muitos outros que podem se tornar parte da massa.
Afinal, torcida não se perde, mas se deixa de ganhar. E é bom o Verdão abrir os olhos e aproveitar essa massa apaixonada para crescer e ganhar ainda mais
Siamo Palestra!
ROJAS.
Mas é meio claro pow, todo mundo escolheu um time (independente de influências na familia) pelos seus resultados. Você tem uma boa visão do que acontece no seu clube.
Belo texto
Obrigado, Leonardo!
Na verdade, o post é muito mais uma crítica às batidas de cabeça da diretoria do que uma tentativa de explicar os números.
Abrazzo,
ROJAS.
O único modo plausível de se “perder” torcida seria a morte dos torcedores, já que, torcedor de verdade não muda jamais de clube. O ponto é o Palmeiras entre 2004 e 2010 teria que ter perdido mais de 500 mil torcedores, já que filho de palmeirense em sua maioria é palmeirense. e em 6 anos entre as pesquisas muitos filhos de palmeirenses começaram a ser contados para a estatística ( 10 a 15 anos ).
Acho muito forte essa perda de 200 mil torcedores.
Pouco provável também
Concordo em partes, afinal, todo mundo nasce, cresce e morre, logo, é mais que óbvio que time perde sim torcida.
Acredito ainda que as bonecas tenham conquistado tudo isso de torcedores sim, onde com certeza grande parte é torcedor modinha, prova disso é o público deles em jogos considerados comuns, porém não se pode negar das crianças que muitas vezes acabam indo para o lado mais fácil, aos seus 6, 7, 8 anos quando é mais fácil dizer que torce para o time que está em alta do que defender o time do coração da família.
E é ai aonde o Palmeiras tem deixado de ganhar muitos novos torcedores…
Perfeito. É disso mesmo que estou falando, Palestrino.
Nem cito o fato das mortes porque atinge todas as torcidas e não teria impacto tão forte no resultado final. O ponto do post, de fato, é que o Palmeiras está deixando a desejar.
Afastando esses garotos que, uma vez perdidos, não serão mais parte integrante da nostra massa (e, se forem, serão modinha).
Abrazzo,
ROJAS.
Outro ponto que acredito ser relevante e esqueci de comentar.
O fato de deixar de ganhar torcedores, é muito pior do que parece, pois filhos de palestrinos que na lógica tem mais chance de seguir os pais estão se bandiando para outros lados, e daqui 20 anos, fazer com que os filhos deles sejam Palmeirenses é mais difícil ainda, já que ainda na lógica, tem mais chance de seguir os novos times de seus pais.
Ou seja, isso é um ciclo vicioso muito perigoso.