Prezado Nobre,
Antes de mais nada, gostaria de dizer que lhe admiro. Ouvi falar muito bem do senhor quando assumiu e, um ano depois, tenho uma imagem muito positiva da sua gestão.
Muito me alegra ter um presidente nitidamente inteligente e preparado, que ao menos estudou antes de assumir o cargo que ocupa e, mais do que tudo, tem um plano para o Palmeiras.
Mas dessa vez, presidente, você errou.
É claro que uma negociação deste porte demora. Só malucos como os donos de City, Chelsea e PSG gastam milhões sem pensar nas consequências. Você foi atrás de um investidor, conseguiu a grana, negociou o salário, renegociou… mas foi pouco. Foi devagar. Foi um erro.
Depois do ano que Kardec teve em 2013 e justamente por ser sabedor da qualidade do atacante – além da duração de seu vínculo contratual –, você e o Brunoro deveriam ter se antecipado, Paulo. Aposto que você conhece o mundo dos negócios e saberia mensurar a procura enlouquecida que haveria pelo nosso nostro atacante (falaram até em Seleção, presidente, Se-le-ção).
Neste momento, pouco adianta você culpar o pai dele ou o time da Vila Sônia. Nós inclusive acreditamos que o “Alan pai” e que a turma cor-de-rosa tenha pouca ou nenhum ética. Mas, agora, tanto faz.
O que nós queríamos, Nobre, era um Brasileirão digno. Leia novamente: um campeonato digno, não um esquadrão invencível. E, pra isso, precisávamos de reforços, não de desfalques. Muito menos da trinca Prass-Valdivia-Kardec, os raros talentos deste time.
Por isso estamos chateados contigo. Por isso temos certeza de que você errou. E nem por isso te achamos o pior presidente do mundo. Longe disso, meu caro! Só queria que, ao chegar a frente do microfone, você assumisse que errou.
Tentou, brigou, chafurdou, mas perdeu essa. Que a vida continua. Sem colocar a culpa em ninguém nem falar da década de 40. Até porque o Palestra que virou Palmeiras jamais perderia um de seus principais jogadores dessa maneira. Fosse por herança da Itália, por respeito ao Brasil ou por amor próprio mesmo.
Continuamos ao lado da Sociedade Esportiva Palmeiras como sempre estivemos. E, por consequência, estaremos ao seu lado também. Que a tal “austeridade econômica” chegue até os nostros cofres, mas não esvazie nostra sala de troféus.
Obrigado pela atenção e Siamo Palestra,
ROJAS.